28/02/2009

Borche


Uma sopa clássica da cozinha russa e ucraniana, ligeiramente "aldrabada", porque não levou carne. Quem quizer fazer a versão completa deve começar com um caldo de carne cortada em cubinhos (pode utilizar vaca, frango ou qualquer outra á escolha). Esta sopa tem a peculiaridade de ser feita com óleo, uma vez que o azeite, sendo um produto raro e muito caro na Rússia e na Ucrânia, é considerado bom demais para cozinhar.


Borche
4 beterrabas
2 cenouras
2 cebolas grandes
1 lata pequena de feijão manteiga
1 couve coração de boi, pequena
2 dentes de alho
1 folha de louro
flor de sal, q.b.
1 dl de oleo
10 grãos de pimenta
1 golpe de vinagre
nata ácida
endro fresco

Cozer as beterrabas com a casca durante 1 hora e depois colocá-las de molho em água fria. Tirar-lhes então a casca.
Num tacho, ferver o alho, o louro e a pimenta com 1 litro de água.
Picar as cebolas, as cenouras e 2 beterrabas em cubinhos, cortar a couve em juliana grossa. Aquecer o óleo numa frigideira e saltear os legumes cortados até estarem crocantes, (eu não misturo os vários legumes na frigideira, tiro a cebola, ponho a cenoura, etc...) e juntá-los ao caldo a ferver. Juntar o feijão escorrido. Deixar cozer até os legumes estarem tenros mas não demasiadamente cozidos. Retirar um pouco de caldo e batê-lo com as 2 beterrabas restantes, formando um puré grosso que se junta á sopa. Temperar com flor de sal e 1 golpe de vinagre. Serve-se, colocando em cada prato, por cima da sopa, 1 colher de nata ácida e endro picado


25/02/2009

Gelado de ginginha com molho de hortelã e crocante de amêndoa

As "cobaias" dizem que ficou bom, pena é que a fotografia tivesse ficado tão má, que nem a vou colocar no blogue. Andava há muito tempo a pensar em criar uma receita de gelado que reunisse sabores tipicamente portugueses e este foi o resultado final. Ginginha, bebida tipica alfacinha, hortelã, porque a cozinha portuguesa utiliza muito as "ervas de bom cheiro" e amêndoa, base de uma boa parte da nossa doçaria, principalmente a conventual. O trabalho que dá a fazer é amplamente compensado pelo resultado.

Gelado:
500 ml de leite
500 ml de nata
200 gr de açucar
20 gr de amido de milho
3 gemas de ovos
1 pitada de flor de sal
100 ml de ginginha
1 colher de sopa de ginjas (da ginginha)
Colocar num tacho o leite e as natas, deitar em chuva o açucar, o amido de milho e o sal, batendo bem. Levar a lume brando, mexendo sempre e deixar fervilhar durante 3 minutos. Retirar do lume e deixar amornar. Nessa altura, juntar as gemas desfeitas e voltar a bater bem. Levar novamente ao lume, desta vez em banho-maria e cozer, sem deixar ferver, mexendo sempre, até o creme ficar bem expesso. Retirar do lume e bater o creme, juntando a ginginha e as ginjas.
Colocar numa taça no congelador. Ao fim de 1 hora retirar o creme do congelador e bater com batedeira eléctrica durante 2 minutos na velocidade máxima. Voltar a colocar o creme no congelador. Repetir esta operação de hora a hora pelo menos 3 vezes, para o gelado ficar cremoso e sem cristais de gelo.
Molho de hortelã
1 dl de mel
1 ramo grande de hortelã
Lavar bem a hortelã e secá-la em papel de cozinha, aproveitando apenas as folhas.
Liquefazer o mel aquecendo-o em banho maria.
Juntar as folhas de hortelã picadas muito miúdas e agitar até estarem bem misturadas
Crocante de amêndoa
100 gr de amêndoa com pele
50 gr de açucar
Colocar as amêndoas num tacho com o açucar, cobrir com água e levar a lume brando até fazer ponto de areia. Nessa altura, juntar mais uma colher de sopa de água e voltar a ferver até fazer novamente ponto de areia. Deitar o preparado numa forma anti aderente molhada com água fria.
Depois de frio picar no 123.
Servir o gelado regado com o molho de hortelã e polvilhado com o crocante de amêndoa

17/02/2009

Intróito

Cozinhar é um acto de amor. Pensar em como agradar a todos os paladares e sensibilidades que se cruzam na minha mesa é amá-los por antecipação. Cozinhar tem também a ver com alquimia.
Faço comida por necessidade, mas sobretudo, por gosto. Será possível que alguém consiga relaxar entre legumes e panelas, acabar essa sessão de relaxamento com um monte de loiça para lavar, e mesmo assim adorar ? Pois bem: È!
Aqueles que procuram receitas rapidíssimas em que se juntam ingredientes num robot que cozinha sózinho, irão ficar decepcionados. A minha culinária insere-se mais no movimento "slow food". Todas as receitas são testadas e aprovadas pela familia e amigos. Um agradecimento a todas estas "cobaias", e um beijo especial para a Ladybird que me colocou frente ao desafio da comida sem gluten.